Fonte: Dr. Thiago Fellipe Rocha e Dr. Fabio Menezes Figueiras
O Helicobacter pylori, mais conhecido por H. pylori, é uma bactéria que vive no nosso estômago e duodeno, sendo responsável pela mais comum infecção bacteriana crônica em seres humanos. O H.pylori tem sido reconhecido em todas as populações do mundo e em indivíduos de todas as idades. Estimativas sugerem que cerca de 70% da população brasileira possui o estômago colonizado por essa bactéria.
O H.pylori apresenta alguns "truques" evolutivos que permitiram a ele se adaptar ao meio ácido do estômago. A bactéria produz substâncias que neutralizam os ácidos, formando uma espécie de nuvem protetora ao seu redor. Além desta proteção, o H.pylori consegue ultrapassar a barreira de muco que o estômago possui para se proteger da própria acidez.
Sabemos que a transmissão pode ocorrer de uma pessoa contaminada para uma pessoa sadia através do contato com vômitos ou fezes, este último geralmente sob a forma de águas ou alimentos contaminados.
A água contaminada, principalmente nos países em desenvolvimento, costuma servir como uma fonte de bactérias. O H.pylori consegue permanecer viável na água por vários dias.
O H.pylori produz uma série de enzimas, algumas delas diretamente irritantes para as células do estômago, e outras que agem contra a camada de muco, tornando-a mais fraca, deixando a parede do estômago desprotegida contra o conteúdo ácido. Estas ações podem provocar inflamação da mucosa do estômago, levando à gastrite e, alguns casos, à formação de úlcera péptica.
A grande maioria dos pacientes contaminados pelo H.pylori não apresenta nenhum tipo de sintoma ou complicação. Há subtipos da bactéria que são mais agressivas e outras mais indolentes, o que explica, em parte, a ocorrência de sintomas apenas em poucas pessoas contaminadas. É importante salientar que o Helicobacter pylori em si não causa sintomas. Os pacientes contaminados com H.pylori que apresentam queixas o fazem pela presença de gastrite ou úlceras pépticas provocadas pela bactéria. Nestes casos, os sintomas mais comuns são:
Estes sintomas recebem o nome de dispepsia.
Antigamente a pesquisa do H.pylori era feita somente com endoscopia digestiva, através de biópsias do estômago. Hoje em dia há testes não invasivos, através das fezes, sangue ou da respiração. Porém, nos pacientes que se queixam de dores estomacais, a endoscopia é importante para avaliar o estado do estômago, servindo também para o diagnóstico de gastrites, úlceras ou tumores.
As atuais indicações para tratamento do Helicobacter pylori são:
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