A Manometria de Alta Resolução (MAR), melhor definida como topografia pressórica de alta resolução é uma tecnologia que modificou vários paradigmas da motilidade digestiva. Com o surgimento dessa tecnologia, tornou-se necessária a criação de uma classificação para os distúrbios motores do esôfago, desenvolvida incialmente pelo grupo da Northwestern University, que recebeu o nome de Classificação de Chicago e vem sendo modificada ao longo dos últimos sete anos. Essa classificação permitiu melhor avaliação da função esofagiana, bem como contribuiu para a criação de parâmetros que possuam valor prognóstico.
A MAR tem se mostrado superior na avaliação dos distúrbios motores do esôfago, em relação a manometria convencional. Estudo recente comparando a concordância dos resultados obtidos pela MAR e pela manometria convencional entre avaliadores experientes e pouco experientes revelou que, nos dois grupos de examinadores, a concordância e acurácia para os diagnósticos motores do esôfago foram significativamente maiores para análise pela MAR em relação à manometria convencional. Os autores concluíram que a MAR é o procedimento preferido para avaliação da motilidade esofagiana. Adicionando-se a isso, a MAR permite a localização mais fácil dos pontos anatômicos como o esfíncter esofagiano inferior (EEI) e superior (EES), além de permitir a visualização simultânea de todos os seguimentos envolvidos na deglutição. Outro aspecto positivo da MAR é o tempo reduzido do exame e ausência da necessidade de tração da sonda a cada centímetro, proporcionando maior conforto ao paciente.
No entanto, as indicações tanto para MAR, quanto para convencional são as mesmas. Entre as indicações, destacam-se: investigação diagnóstica das disfagias, após exclusão de obstrução orgânica do esôfago; adequado posicionamento de dispositivos intraluminais (cateter de pHmetria); pré-operatório de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) e avalição da disfagia após tratamento cirúrgico ou tratamento da acalasia. É importante ressaltar que a MAR não faz diagnóstico de DRGE, porém pode indicar situações que predispõem o refluxo, como hipotonia do esfíncter esofagiano inferior.
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